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O Começo de Tudo

 O Corvo


A Lua ilumina o seu voo, enquanto que o Corvo da Noite, parece flutuar ao som de uma música não ouvida. Enquanto que se pergunta, o que eu sou? Para onde fui? E para onde eu vou? Ele somente voa, sem saber para onde ir, enquanto que olha para baixo e observa as ruas da cidade. Tão vazias, quanto a alma do Corvo, mas que ao sentir o toque dos raios solares. Se ilumina, e se enche. Por tamanha admiração, enquanto que em vão, tenta tocar o sol e sentir o seu calor. Mas então a noite vem, a alma se esvazia, e tudo que se encheu é roubado pela lua. Que se aproveita da noite para pegar o que não lhe pertence. Enquanto que o Corvo, continua a voar, sem se importar com o que lhe é roubado. Porque sabe, que tudo se vai, alguma hora e que nada é para sempre. Por isso ele voa, porque sua alma é vazia, sem o peso dos problemas e das preocupações. Então ele voa, cada vez mais alto, até que não reste mais um caminho para voar. E que tudo que possa fazer, é voltar a trilhar, caminhos que já foram trilhados. O Corvo, não se importa, porque entende que sempre existe algo para o que voltar. Sabe que mesmo se voltar, ainda é um progresso, que o passado é só mais um caminho, para o futuro. E cada bater das suas asas, é como uma nota de música, uma que nenhum humano jamais poderá tocar ou ouvir. O Corvo voa em meio a solidão, sem se importar com o que os outros veem e o que acham dele. Ele é silencioso, ao mesmo tempo, que a música é feita por suas asas. E ele carrega palavras escuras, por causa que suas asas só suportavam a escuridão.


É então que ele para, e pousa com tranquilidade num galho de uma árvore. Não sabendo o porquê, só sentindo que seu lugar era ali, e enquanto o vento clamava por sua companhia. Ao mesmo tempo, que balançava suas penas. Mas o Corvo, não se importava, não quando algo lhe dizia que deveria estar aqui. Nesse galho da árvore, e olhando por essa janela. Que não mostrava nada mais que o seu reflexo, e uma escuridão de um coração desconhecido. Que o Corvo, não sabia, mas já o entendia. Ao ver o que residia nesse coração, a tristeza e a solidão, para ele se assemelhava com si. E aos poucos, ele foi se aproximando da janela, até que seu bico se chocou com a janela. E o Corvo percebeu, que não era um coração aberto, mas sim uma camada de proteção. Que permitia ver, mas não tocar, mas o Corvo não desistiu. Incessantemente ele bateu o bico, contra aquela proteção, até que lá de dentro alguém apareceu. Os olhos do Corvo brilharam, quando viu aquela coisa pequena e frágil. E em como o medo e a dor, parecia transbordar daqueles olhos glaucos e opacos. No rosto, um sorriso, que não era triste ou feliz. Mas sim de derrota, como se ela tivesse desistido, de algo que ela nem mesmo conhecia. Mas então a janela, também chamada proteção, foi aberta e o Corvo entrou. E a garota então falou.


  • Lindo, Corvo. O que faz aqui? Enquanto que invade a minha solidão, o que espera de mim, que vive numa constante tristeza? - O Corvo a olhou, com seus olhos negros, enquanto que tentava lhe passar seus sentimentos. E olhando ao redor o Corvo, então disse.

  • Nada sei, além da escuridão, e quando ela me chama eu vou. Então me diga, o que queres dizer, para aquele que carrega a escuridão nas asas? - A garota o olhou, enquanto que com os dedos, traçava suas penas. Que eram tão sedosas, quanto o véu da noite.

  • Quero dizer, que em meio ao escuro, me encontrei. Que em meio a tristeza sou feliz, que mesmo com dor e medo, ainda sinto alegria e coragem. Então vá, e espalhe minha verdade - E o Corvo foi, alçou voo, enquanto espalha a verdade da solidão.

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